Mensagens

A mostrar mensagens de setembro, 2020

Carta aberta de uma criança que regressa: preciso que me ouças!

Imagem
  Sou criança. Apenas uma criança.  Mas uma criança que precisa de ti.     Preciso de te ter comigo a cada dia. A cada minuto. A cada segundo. Por isso não estranhes que chame por ti 356 vezes por dia para me ajudares a resolver os meus dilemas existenciais: desde o sapato que se desapertou enquanto tentava montar uma girafa; o pote de tinta que ganhou vida e, naturalmente, se entornou; ou o cabelo que se desprendeu enquanto andava a fugir de um tigre ou de um leopardo… Sei bem que não é fácil dares resposta a todas as minhas solicitações. Mas, pelo menos uma vez por dia, dá-me da tua atenção. Não há nada que me faça mais feliz do que saber que te tenho comigo.   Preciso que me dês liberdade. Mesmo que seja dentro de quatro paredes conseguirei, certamente, sentir-me uma criança livre. E não preciso de muito. Em vez de uma folha vinda diretamente da impressora, basta-me, simplesmente, a folha. Em vez de sentar-me a ouvir uma história, basta deitar-me. Para quê uma posição obrigató

A infância não termina aos seis!

Imagem
 Este está a ser um ano letivo diferente, pelo que continua a ser importante que não esqueçamos os pressupostos que devem nortear a nossa ação enquanto professores.   Uma criança quando chega ao 1.º Ciclo não deixa de ser criança e, como qualquer criança, precisa de tempo para brincar. A escola somos nós que a fazemos, por isso não podemos dizer que a culpa de as crianças não terem tempo para brincar é do sistema, quando nós somos, em grande medida, esse mesmo sistema. Atrevo-me a dizer que as crianças precisam, também, que os professores brinquem com elas. O espaço de aprendizagem não se resume, nem se pode resumir, a uma sala de aula. Uma criança não aprende apenas sentada numa cadeira em frente a um quadro. E não, utilizar um quadro interativo não pressupõe que, à partida, a aula seja mais participativa e haja maior envolvimento. A aprendizagem em contexto escolar não pode cingir-se ao Português e à Matemática, porque as crianças não falam apenas a linguagem das letras ou dos número