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A mostrar mensagens de 2020

JÁ SOMOS (MAIS DE) DEZ MIL!

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  A Educação não é, nem nunca poderá ser, uma viagem solitária. Enquanto educadores e professores, tudo aquilo que fazemos deve ter uma intencionalidade educativa. O nosso modo de fazer pedagógico não pode, nem deve acontecer só porque sim, ou porque sempre se fez assim. Não, tudo aquilo que fazemos com as crianças deve ter, antes de tudo, intenções. Aquilo que ao longo dos anos tenho procurado com os textos que publico diretamente nesta página ou a partir do blogue, é promover a reflexão dos profissionais em torno do seu modo de fazer, para que pensem nas suas práticas com as crianças e naquilo que podem melhorar, para que os contextos de acolhimento de crianças sejam pautados por cada vez maior qualidade. Todos podemos melhorar. Não há práticas perfeitas ou educadores perfeitos que fazem tudo bem. Por muito que pareça, não existem. Nem há contextos ideais. Como disse Paulo Freire, não nos tornarmos educadores de um dia para o outro. A prática e a reflexão da prática são fundamentais

O natal, os enfeites e a intencionalidade educativa

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  O que diferencia um Educador de Infância de outro profissional pode resumir-se, entre outras, a duas palavras: INTENCIONALIDADE EDUCATIVA.   O Natal está a chegar e é natural que o espírito natalício invada as creches, os jardins-de-infância e as escolas: pela voz das crianças, dos educadores… pela sociedade que já respira Natal.   Enquanto educadores, cabe-nos atribuir uma intencionalidade àquilo que fazemos com as crianças ou pretendemos que façam: trabalhar o Natal com objetivos pedagógicos e não meramente decorativos – por muito que a decoração até possa e tenha que acontecer!   O problema não é a decoração, mas sim a forma como ela surge nas salas e é apresentada às crianças (quando é apresentada!). Ainda que possamos assumir que o Natal seja um interesse dos mais pequenos, importa que as nossas práticas tenham uma intencionalidade maior do que transformar a sala num atelier de construção de coisas e coisinhas natalícias para “enfeitar”. Coisas e coisinhas tais que as crianças n

Preciso que me dês tempo

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  Preciso que me dês tempo. Mas não é um tempo para isto ou tempo para aquilo. Não quero um tempo para as coisas e coisinhas que meticulosamente preparas para mim. Nem tão pouco tempo para fazer as mil e uma preciosidades que tanto queres que faça. Quero apenas tempo para o mais importante que tenho na vida: brincar. Sim, eu sei que brinco todos os dias...mas é apenas em alguns momentos da organização que fazes do meu dia. Sim, em alguns momentos do dia tenho tempo para brincar. Até lá ando atarefada, num aprender camuflado de brincar. Eu quero apenas brincar, porque o brincar é a minha forma de viver o mundo. Eu não brinco para aprender (por muito que aprenda), eu brinco porque vivo! E quando brinco horas a fio num qualquer espaço da sala, como na casinha, peço-te que observes o que faço, antes de me sugerires uma retirada estratégica para outra área da sala, para que eu desenvolva outras competências porque "estou ali há muito tempo". Não sei se já reparaste

Um Educador de Infância é ...

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   Um Educador de Infância é um educador de sorrisos: é aquele que educa e faz crianças felizes. Que encara as crianças além de simples aprendizes. Ele sabe que as crianças são crianças… e deixa-as ser. Permite-lhes viver! Permite-lhes sorrir!  Conhece cada rosto, os gestos, a voz, o toque e o olhar. Sabe as gargalhadas e as lágrimas… e o seu coração ainda se aflige quando ouve uma criança chorar. Mas assim que percebe que está tudo bem… pode respirar. É aquele que conhece cada criança pelo falar e para identificar a roupa de cada uma basta cheirar. É de sentidos, conhece cada pequeno coração… e na hora da partida, não esconde a emoção!   Um Educador de Infância é chamado, pelo menos, 567 vezes para resolver os grandes dilemas que as crianças lhe apresentam diariamente. Diz a investigação que ainda não houve um único problema em sala que um educador não tenha conseguido solucionar, como aqueles sapatos com cordões “impossíveis” de apertar, casacos “impossíveis” de vestir ou botões

Supervisão Pedagógica: Um caminho para uma maior equidade nas escolas?

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A escola é responsável por promover oportunidades para todos, independentemente do capital cultural, social ou económico dos alunos, por isso importa refletir de que forma conceitos como igualdade ou equidade combatem as desigualdades e assimetrias que a sociedade impõe e que não podem ter lugar na instituição escolar.    Transportando estes dois termos para a escola, podemos assumir que a igualdade é a oportunidade que todos têm para ingressar na escola e aprender. No entanto, pela diversidade cultural existente entre os alunos, sabemos que o currículo oculto que cada um traz consigo é diferente, que não aprendem da mesma forma e que os ritmos de aprendizagem variam de aluno para aluno. É nesta perspetiva que a equidade se assume como aquilo que o Ministério da Educação, numa escala global, e a escola e os professores, em específico, fazem para que os alunos atinjam os objetivos delineados: os recursos que estão disponíveis, sejam humanos ou materiais; as estratégias que utilizam; o

Carta aberta de uma criança que regressa: preciso que me ouças!

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  Sou criança. Apenas uma criança.  Mas uma criança que precisa de ti.     Preciso de te ter comigo a cada dia. A cada minuto. A cada segundo. Por isso não estranhes que chame por ti 356 vezes por dia para me ajudares a resolver os meus dilemas existenciais: desde o sapato que se desapertou enquanto tentava montar uma girafa; o pote de tinta que ganhou vida e, naturalmente, se entornou; ou o cabelo que se desprendeu enquanto andava a fugir de um tigre ou de um leopardo… Sei bem que não é fácil dares resposta a todas as minhas solicitações. Mas, pelo menos uma vez por dia, dá-me da tua atenção. Não há nada que me faça mais feliz do que saber que te tenho comigo.   Preciso que me dês liberdade. Mesmo que seja dentro de quatro paredes conseguirei, certamente, sentir-me uma criança livre. E não preciso de muito. Em vez de uma folha vinda diretamente da impressora, basta-me, simplesmente, a folha. Em vez de sentar-me a ouvir uma história, basta deitar-me. Para quê uma posição obrigató

A infância não termina aos seis!

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 Este está a ser um ano letivo diferente, pelo que continua a ser importante que não esqueçamos os pressupostos que devem nortear a nossa ação enquanto professores.   Uma criança quando chega ao 1.º Ciclo não deixa de ser criança e, como qualquer criança, precisa de tempo para brincar. A escola somos nós que a fazemos, por isso não podemos dizer que a culpa de as crianças não terem tempo para brincar é do sistema, quando nós somos, em grande medida, esse mesmo sistema. Atrevo-me a dizer que as crianças precisam, também, que os professores brinquem com elas. O espaço de aprendizagem não se resume, nem se pode resumir, a uma sala de aula. Uma criança não aprende apenas sentada numa cadeira em frente a um quadro. E não, utilizar um quadro interativo não pressupõe que, à partida, a aula seja mais participativa e haja maior envolvimento. A aprendizagem em contexto escolar não pode cingir-se ao Português e à Matemática, porque as crianças não falam apenas a linguagem das letras ou dos número

Tributo aos Educadores de Infância

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Um Educador de Infância não é engenheiro, arquiteto, músico ou escultor. Não é médico nem bombeiro… E por muito que às vezes pareça, também não é enfermeiro. Um Educador é um Educador.  É aquele que consegue amar 25 crianças com um amor sem medida… Um amor que todos os anos vai e que todos os anos vem renovado sob a forma de novas mãos curiosas… Olhares atentos… Sorrisos contagiantes... pernas saltitantes! É aquele que lê histórias. Que as sente e saboreia. Que as vive como uma epopeia! Que toma no seu colo a vida no seu estado mais puro, abraçando a vida nos seus braços. E mesmo que os braços teimem em ter cada vez menos força, por força do tempo, abraça sempre. Todos os dias! Pelas histórias pinta a vida de um modo singelo, em tons de azul e amarelo. Verde e vermelho. É aquele que em cada palavra tem um bom conselho. Ele dá a palavra e fomenta; dá voz e escuta... não desiste e vai a luta. É aquele que promove. O que dá asas e se comove: quando faz voar e permi

Brincar

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  Hoje comemora-se o dia internacional do brincar e dei por mim a refletir um pouco sobre aquilo que é, na minha perspetiva, o brincar na educação de infância, mesmo que sinta que é tudo. Acredito numa educação de infância que valoriza o brincar e o assume como a vida da criança. Um brincar livre e espontâneo. Sem imposições e limitações. Um brincar promotor da relação, do crescimento, da comunicação e do desenvolvimento… um brincar que estimule a criatividade, independentemente da idade. Um brincar que não tem como objetivo principal que as crianças aprendam as letras ou os números. Acredito num brincar com fim aberto. Aliás, se falamos verdadeiramente em brincar, nunca o poderemos fechar. E quando observamos atentamente (e com intencionalidade) o brincar das crianças, percebemos o quanto aprendem... Talvez mais do que quando queremos que estejam a aprender. Que as crianças continuem a ter tempo para brincar.   Sempre. Que tenhamos tempo para as observar e, cla

Ser Educador é ser amor. Hoje mais do que nunca.

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Este será um momento particular, nunca antes vivido. Tal como toda a sociedade, nenhum educador estava preparado para ele. Mas esta será a realidade a partir de amanhã. E tu vais estar lá. Pelas crianças. Pelas famílias. Aliás, não são apenas as crianças que precisam de ti. Nós também. Todos nós! Hoje a sociedade está a reconhecer o valor de uma profissão tão nobre como esta. Dizem que é essencial. Sempre foi... e nós sabemos. Por isso, venho agradecer. Um obrigado enorme a todas os/as colegas Educadores/as de Infância, Auxiliares e restantes profissionais das Creches que amanhã estarão na primeira linha, a dar o melhor de si, com tantas condicionantes. Obrigado por estarem lá! Não se esqueçam: O vosso trabalho é extraordinário! Quem educa e cuida... Ama! #hojemaisdoquenunca Um Educador de Infância! Fábio Gonçalves