Um
Educador de Infância é um educador de sorrisos: é aquele que educa e faz
crianças felizes. Que encara as crianças além de simples aprendizes. Ele sabe que
as crianças são crianças… e deixa-as ser. Permite-lhes viver! Permite-lhes sorrir!
Conhece
cada rosto, os gestos, a voz, o toque e o olhar. Sabe as gargalhadas e as
lágrimas… e o seu coração ainda se aflige quando ouve uma criança chorar. Mas
assim que percebe que está tudo bem… pode respirar. É aquele que conhece cada
criança pelo falar e para identificar a roupa de cada uma basta cheirar. É de
sentidos, conhece cada pequeno coração… e na hora da partida, não esconde a
emoção!
Um
Educador de Infância é chamado, pelo menos, 567 vezes para resolver os grandes
dilemas que as crianças lhe apresentam diariamente. Diz a investigação que
ainda não houve um único problema em sala que um educador não tenha conseguido solucionar,
como aqueles sapatos com cordões “impossíveis” de apertar, casacos “impossíveis”
de vestir ou botões “impossíveis” de abotoar. Um Educador de Impossíveis. É
capaz de transformar cada não em sim, da noite para o dia e sem precisar de
fazer magia.
Sabe
que existe um calendário, mas não é isso que o define. A sua ação vai mais além
do que os festejos de ocasião. Quando o faz é porque o quer fazer e sabe o
porquê de o querer fazer. Acredita que educação não rima só e apenas com
celebração.
É
aquele que convive com crianças livres, que pensam e têm opinião. Crianças que
participam e integram a gestão. Um Educador promove a participação, procura
diariamente o crescimento da criança através da reflexão. Para ele as crianças
têm de ser livres, tanto dentro como fora da sala. Quanto à sala… está aberta,
porque ele sabe que as crianças não vivem nem aprendem apenas dentro de quatro
paredes. A sala é o mundo. Que haja sempre mundo para explorar.
E por
falar em paredes, um Educador de Infância não decora. Por muito que as palavras
sejam parecidas, não é um Decorador. As paredes de uma sala devem documentar os
processos de desenvolvimento em que as crianças se envolvem. As paredes não podem
refletir as competências estéticas de um educador. As paredes de uma sala
conversam sobre um grupo, são o espelho do que se faz e documentam a vivência
dos dias.
Um
Educador de Infância é pela liberdade das crianças e isso não rima com vinte e
cinco pais natais exatamente iguais. Escolher a cor da caneta com que as
crianças escrevem o nome não conta como “promoção da autonomia e
desenvolvimento da criatividade da criança”.
Quem
fala em pais natais, refere-se a folhas de Outono, a abóboras de halloween, palhaços no carnaval, corações
no dia dos namorados, coelhos na Páscoa… quando falei de datas, era também por isto.
Um
Educador de Infância sabe e gosta de ouvir. Mas não é um ouvir camuflado de “boa,
vamos fazer um projeto sobre isso”. Não, é um ouvir que faz parte de uma
conversa. Nem todas as conversas têm de dar lugar a projetos. Conversar, um
educador de infância tem de estar disponível para conversar. Um Educador
promove a conversa livre e solta, uma conversa que não tenha como objetivo
avaliar a fluência comunicativa ou a articulação verbal de uma criança.
É o
conversar que vai levar as crianças a confiar. E quando confiam sentem-se
seguras. E quando uma criança está segura, apresenta bons níveis de bem-estar. A
nossa função também passa por assegurar o bem-estar das crianças, certo?!
Um
Educador é também aquele que observa e tantas vezes fica na retaguarda. Mas é
também aquele que integra, que faz parte, o que brinca e permite que o brincar
se torne numa arte. É aquele que não precisa de ser chamado pelas crianças para
brincar. É o que vai e faz e não fica para trás. Brinca de coração, é isso que
lhe faz criar uma ligação e estreitar a relação.
Um
educador promove ambientes de aprendizagem ativa, ricos em oportunidades de
exploração, onde as crianças podem ser livres. Ambientes que comunicam com a
criança a todo o momento, que as permitem ser, fazer, aprender… viver!
Um
Educador de Infância preocupa-se com todos e com cada um. Ele sabe que a
Educação de Infância é um contexto privilegiado de inclusão, vive-se com a
diferença lado a lado, em comunhão, desde que chega pela manhã. É pela criança
cidadã!
Um Educador de Infância não trabalha em contextos perfeitos nem procura sê-lo, porque é na imperfeição dos seus dias que tem margem para fazer e ser melhor!
Um
Educador de Infância é aquele que educa pelo cuidado. Porque quem educa está a
cuidar e não há educação sem cuidado.
E quem
cuida... ama!
Sim, um Educador de Infância, além de tudo, faz crianças felizes.
Que
todos os Educadores de Infância façam as crianças felizes! Elas diariamente irão agradecer.
Um
Educador de Infância,
Fábio
Gonçalves
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarMuito bom!
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